sábado, 13 de outubro de 2012


Especiais

35 anos do Fim do Jejum - 6ª parte

Agência Corinthians
13/10/12 11h20
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Para finalizar as matérias especiais dos 35 anos da conquista do Campeonato Paulista de 77, o personagem da vez é o autor do gol do título, Basílio. Contratado junto à Portuguesa logo após a traumática derrota na final do Campeonato Paulista de 1974, Basílio não imaginava, logo em seus primeiros dias de Corinthians, um futuro tão glorioso dentro do Parque São Jorge como aquele que o destino lhe reservava.

“Não pensava em virar um herói corinthiano. Aliás, nem era para eu ter jogado no Corinthians. Tinha acertado tudo com o Santos, mas o presidente da Portuguesa, Oswaldo Teixeira Duarte, não queria me vender para o Santos e acabei indo para o Corinthians. Quando foi acertada a minha venda, a única coisa que tinha em mente era dar o máximo de mim. Independente dos jogadores que já tinham passado e dos comentários de que ali era um cemitério de jogadores, resolvi enfrentar aquele desafio com a proposta de ser campeão”, falou o ídolo alvinegro.

Titulares alvinegros posam antes da decisão. Clique no link para ver mais fotos do Fim do Jejum

Além da competência em aproveitar todas as características dos jogadores, Oswaldo Brandão ainda teve o dom da premonição antes da terceira – e decisiva – partida. “No dia do jogo, o seo Brandão foi nos acordar. Ele, que era cardecista, falou que tinha recebido uma mensagem durante a noite dizendo que ganharíamos o jogo. Aí ele colocou o pé no meu peito e falou em tom de brincadeira: ‘Nós vamos ganhar de 1 a 0, e você, Neguinho, vai fazer o gol’. Aí respondi: ‘O gol vai ser de mão aos 49 minutos do segundo tempo? Como vai ser?’. Ele virou, com cara séria, e falou: ‘Estou falando sério. Recebi essa mensagem e isso vai se concretizar à noite’.
© José Pinto/Placar
A pedido do técnico Oswaldo Brandão, Basílio atuou como lateral-direito no terceiro jogo da final
No instante do gol, a prudência de um profissional segurou a emoção por mais alguns minutos. A frieza, entretanto, não resistiria mais do que uma dezena de minutos. “Quando o Dulcídio foi em direção ao Zé Maria, sabíamos que ele ia acabar o jogo. Nem esperei ouvir o apito e corri para abraçar o Oswaldo Brandão. No meio do caminho, o massagista veio ao me encontro para pegar a chuteira e camisa, que depois dei a minha mãe. A do primeiro tempo também foi guardada e dada de presente à minha filha que tinha nascido há poucos dias”, falou o ex-jogador.

Mesmo negando o rótulo de herói, Basílio não resiste à emoção da lembrança e, entre uma lágrima e outra, agradece ao carinho que recebe diariamente da torcida corinthiana. “Pessoas com a idade da minha neta que encontro na rua vêm me abraçar e pedem para tirar fotos comigo. Eles nem pensavam em vir ao mundo, mas, através do conhecimento que é passado, vêm com um sorriso tão gostoso, tão bonito, que não tem dinheiro no mundo que pague isso tudo”, encerrou o eterno ídolo corinthiano.
Divulgação
“Nem esperei ouvir o apito e corri para abraçar o Oswaldo Brandão", falou Basílio sobre o Fim do Jejum

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