domingo, 7 de outubro de 2012



Meninas não querem jogar no gol

Luciano Amarante / Diário SP
Sem jeito, goleira do Joaquim Braga tenta evitar gol do Marina Cintra
Guilherme Ceciliano
guilherme.ceciliano@diariosp.com.br

Elas vestem a camisa 1, mas raramente usam luvas. Têm dificuldade para efetuar defesas e, de vez em quando, até fogem dos chutes mais fortes. As equipes femininas da Copa DIÁRIO/SEME andam sofrendo para encontrar boas goleiras.
O primeiro problema é arranjar uma aluna disposta a jogar futsal usando mais as mãos do que os pés. O segundo é preparar a menina para o papel de evitar os gols adversários.
A questão chama a atenção, a ponto de o professor Daniel Costa, do colégio Eduardo Gomes, ter buscado opções em outras modalidades. “Minhas goleiras são do handebol e do basquete. Elas têm um preconceito com o futebol. Geralmente, uma ou outra gosta de jogar, mas na linha. Elas têm um pouco de medo da bola e muita delicadeza”, disse o treinador.
No Marina Cintra, a treinadora Marcela Fontão Nogueira sofre também com a falta de dinâmica de jogo das atletas. “A primeira coisa é achar uma menina que não tenha medo da bola. É difícil. Quando acho uma, trabalho o posicionamento no gol. Mas o que a gente mais falha é na saída de bola. Elas acabam demorando um pouco para repor”, reclamou.
A fim de atenuar o problema, Daniel Costa, do Joaquim Braga, tem feito trabalhos básicos com algumas meninas. “É como se você desse aula para crianças. Temos de fazer treinos de movimentação corporal e de lateralidade. É bem diferente de um menino goleiro, principalmente na questão do nervosismo. A gente as deixa à vontade para errar no treino. Assim, elas chegam mais tranquilas ao jogo”, contou.

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